O Grêmio quer mudar o futebol brasileiro. O clube gaúcho apresenta, aos poucos, uma série de questões que pretende alterar com o passar do tempo. E para isso busca apoios em outras equipes nos bastidores. A série de alterações passa por arbitragem, direitos de transmissão, relação com a CBF e calendário.
Um dos líderes do Conselho de
Clubes criado pela CBF, o presidente Romildo Bolzan Júnior vem
apresentando uma série de propostas de mudanças ao longo do ano. Não
ficou apenas na reclamação forte contra arbitragem feita neste domingo,
quando viu sua equipe perder em casa para o São Paulo e afirmou que o
Brasileirão está manchado. Mas condutas que o Tricolor pretende
alterar.
Já conversou, para isso, inclusive,
com o comando da CBF. Foi bem recebido, mas não houve ação prático da
entidade máxima do futebol que concorde com os pleitos gremistas. A
reportagem do UOL Esporte separou alguns fatores que o clube azul, branco e preto pretende mudar o mais breve possível.
1) Arbitragem profissional e auxiliada por tecnologia
No Conselho de Clubes da CBF, o Grêmio encabeçou um pedido para mudança
na formação dos árbitros do país. O clube pretende que os responsáveis
pelas regras do jogo não estejam sob controle de Federações, mas que
tenham uma entidade própria e profissional. Sejam, assim, contratados e
recebam salários como árbitros de futebol. "Não pode ser um 'bico', um
segundo trabalho. É algo muito importante", salienta o presidente
Romildo Bolzan Júnior.
Esta empresa que iria
gerir a arbitragem teria autonomia para definir treinamentos, avaliar
rendimentos e aplicar punições. Os juízes, ainda, seriam auxiliados por
tecnologia, com o acompanhamento digital dos jogos, algo que sob ótica
gremista iria minimizar as falhas.
2) Redefinição das cotas de televisão
O Grêmio considera injusta a atual divisão das cotas de televisão. Com
Corinthians e Flamengo recebendo mais dinheiro que os demais disputantes
do Brasileirão, o clube gaúcho acredita que o desequilíbrio se torne
maior com o passar dos anos. Assim, propõe um equilíbrio nos lucros com
um contrato único onde fique definido quanto receberá cada um dos
clubes.
3) Volta da venda de bebidas alcoólicas
A venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol é outro pleito
gremista. Segundo o presidente Romildo Bolzan Júnior, a comercialização
de tais produtos pode ter períodos definidos durante os 90 minutos.
Antes, no intervalo e depois dos jogos. Tal regramento tentaria
controlar o volume comercializado evitando problemas ocasionados pelo
consumo desmedido de álcool.
Com isso, os
contratos com fornecedores de alimentos para os estabelecimentos
comerciais dos estádios seriam mais caros, gerando mais renda para os
clubes no aluguel de lojas ou manutenção de venda própria.
4) Calendário
O Grêmio já tornou pública sua reclamação sobre o calendário. Pretende
que as competições parem sempre que existam as datas Fifa, em que os
jogadores são cedidos à seleções. Para isso, a redução nos Estaduais é
uma das bandeiras levantadas pelo clube.
5) Fim gradativo dos Estaduais e formação de novas competições regionalizadas
Considerando o Campeonato Gaúcho pouco interessante financeiramente, o
Grêmio lidera o movimento pela formação da Liga Sul-Minas. Conseguiu, de
pronto, apoios impostantes como Atlético-PR, Coritiba, Avaí,
Chapecoense, Joinville, Figueirense, Criciúma, Atlético-MG e Cruzeiro.
Até Flamengo e Fluminense, como convidados, estão dispostos a participar
da competição.
Mas nem todos se mostram tão
dispostos assim. O Internacional já se manifestou contrário a realização
da competição, inclinado a valorizar o Estadual e manter-se apoiando a
Federação Gaúcha, que não admite a competição.
A Copa Sul-Minas pagaria mais do que o atual Estadual porque reuniria
clubes maiores. Não iria, inicialmente, acabar com o Gauchão ou demais
torneios de Estados. Mas no caso do Grêmio, seria disputada por um time
'alternativo', o chamado 'time de transição'.
Aos poucos, a Sul-Minas substituiria o Estadual com jogos maiores, mais
renda e substituição nas datas, hoje bastante apertadas.
6) Mudança no formato do Brasileirão
Outra mudança no futebol sugerida pelo Grêmio é a troca no formato do
Campeonato Brasileiro. O clube considera vital para a competição a
existência de eliminatórias nas fases finais, o chamado mata-mata. A
ideia aponta classificação de quatro clubes para uma fase seguinte em
que disputariam semifinais e final, com os primeiros tendo alguma
vantagem.
Segundo o Tricolor, as partidas
decisivas são importantes para estádios cheios, audiência de televisão e
chance de título a quem 'cresce tarde' no campeonato.
7) Clubes mais ativos
Por fim, o Grêmio defende que os clubes sejam mais unidos e ativos nas
regras do futebol. No Conselho, defende que as agremiações sejam
consultadas e possam se manifestar por qualquer nova determinação da
CBF.
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