Colunista e blogueiro do jornal Lance, e comentarista da Fox Sports, o jornalista Mauro Beting provou mais uma vez que tem um dos melhores textos da crônica esportiva brasileira. Ele brilhou nesta terça-feira ao divulgar um post parabenizando o Grêmio pelos 112 anos de história.
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Mauro lembrou que até ganhar o primeiro Brasileiro em 1981, o Tricolor era ignorado pelo eixo Rio-São Paulo, mas após vencer a Libertadores e levar o Mundial em cima do Hamburgo, ambos os títulos em 83, passou a ser mais respeitado, porém com ressalvas.
“Só passou mesmo a patrola na patrulha paulista e carioca quando foi parrudo e marrento ganhando as Copas do Brasil. Quando não era favorito para a mídia. Ninguém dava bola ao Grêmio. Mesmo campeão da Copa do Brasil em 1989. Mesmo bi em 1994. Tri. Tetra. Ninguém dava crédito ao Grêmio. Mesmo campeão da América em 1995. Mesmo vice nos pênaltis para o grande Ajax”, disse em um dos trechos do texto.
O jornalista ainda elogiou a fidelidade da torcida ao time: “O tricolor não verga. Ele esgrima. Ele Grêmio. Pode não vencer. Mas ele vai lutar. Eles são Grêmio para o que der e vencer. Mesmo que não venha, eles vão”, escreveu.
Confira abaixo o texto na íntegra:
Grêmio. Desde 1903.
Não importam números, embora 1983 encerra discussões.
Não importam ou exportam nomes. Mas Lara é tema eterno. Portaluppi fez o planeta mais azul. Aírton é pavilhão. Iúra foi símbolo. Scolari faz cátedra. Foguinho acalenta. Valdo esfria. Everaldo rima e é seleção. Jardel é cabeça. De León é corazón. Alcindo é bugre. Gessy é Grêmio.
Vocês são Grêmio onde ele estiver.
A pé, em pé, caído em segundas divisões, primeiro em Libertadores e Mundial, veterano copeiro, imortal vencedor de jogos eternos. Aflitos e Olímpicos, Moinho dos Ventos e Arenas, Baixada e no Humaitá, azedo na Azenha, doce e amargo, Grêmio e Tricolor.
Até ganhar o BR-81 não era visto por Rio e São Paulo. Quando fez a América e fritou o Hamburgo passou a ser mais respeitado. Mas só passou mesmo a patrola na patrulha paulista e carioca quando foi parrudo e marrento ganhando as Copas do Brasil. Quando não era favorito para a mídia. Ninguém dava bola ao Grêmio. Mesmo campeão da Copa do Brasil em 1989. Mesmo bi em 1994. Tri. Tetra. Ninguém dava crédito ao Grêmio. Mesmo campeão da América em 1995. Mesmo vice nos pênaltis para o grande Ajax.
Muitos davam perdido o título brasileiro de 1996 até o chute final de Aílton.
Quase todos davam perdido o acesso em 2005 no pênalti de Galatto. No gol de Anderson que nem o mais fanático gremista (redundante) acreditava. Se é que gremista nasceu para não acreditar no Grêmio.
Ele não torce. Ele acredita.
O tricolor não verga. Ele esgrima. Ele Grêmio.
Pode não vencer. Mas ele vai lutar. Eles são Grêmio para o que der e vencer. Mesmo que não venha, eles vão.
Mas os que são tricolores, que são gremistas, que já sofreram com o rival figadal, que já foram fidalgos ou não, esses parecem saber de algumas coisas que não sabemos quando o time deles joga.
Eles sabem que é possível. Podem ter menos time que os rivais. Podem ter menos dinheiro. Poder. Mídia. Gente.
Mas eles nunca têm menos torcida. Jamais têm menos fé.
Eles mais acreditam que torcem.
Eles são Grêmio antes de ser gente. Gente que é Grêmio para ir a pé onde ele estiver.
Foto: Divulgação/Site oficial do Grêmio
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