quinta-feira, 13 de junho de 2013

Por lucro de R$ 400 milhões, direção do Grêmio acredita em aprovação do contrato no Conselho Após suspensão da reunião da última terça-feira, conselheiros foram convocados para retomar o voto das alterações na próxima segunda-feira

Ainda que dividido, o Conselho Deliberativo do Grêmio deverá aprovar na segunda-feira as alterações no contrato com a OAS.

A estimativa da direção é de que o lucro, ao final dos 20 anos de parceria, seja de pelo menos R$ 400 milhões.
Conselheiros oposicionistas contrapõem que a divisão de eventuais prejuízos na exploração da Arena e da receita gerada pelo Quadro Social reduzirão muito a expectativa de lucro.

O acalorado debate com Fábio Koff na reunião da última terça-feira não alterou a intenção de Paulo Odone de aprovar as modificações. É a mesma posição de Eduardo Antonini, que renunciou, também na terça-feira, à presidência da Grêmio Empreendimentos. Para a direção, o voto dos dois irá influenciar toda a oposição.

O vice-presidente Renato Moreira diz respeitar o direito de conselheiros que pediram mais tempo para votar. Mas não deixa de observar que, em 2011, muitos deles não atenderam o apelo para um estudo mais demorado do aditivo que encareceu em R$ 65 milhões o contrato original.

— É importante que tudo seja claro. Mas o clube não pode perder a oportunidade de aprovar um negócio em que deixaremos de gastar pelo menos R$ 240 milhões (a redução nos gastos com a migração). Só um louco não aprovaria. Se aprovamos a oneração em 2011, não poderemos deixar de aprovar a desoneração neste momento — entende o dirigente. 

Nem mesmo a obrigação de arcar com 50% dos custos de um eventual prejuízo assusta os dirigentes. Eles esclarecem que o valor será descontado dos R$ 8,8 milhões anuais fixos a que o Grêmio tem direito por contrato. 
Veja algumas das cláusulas que os conselheiros do Grêmio irão votar na próxima segunda-feira:

A redução dos custos de migração, a antecipação de recursos para obras como o Centro de Treinamentos e a área administrativa e o percentual de 2% sobre cada imóvel vendido na Azenha e no Humaitá são as vantagens mais significativas para o Grêmio decorrentes da alteração contratual acertada com a OAS.
Este ano, o Grêmio gastaria R$ 43 milhões para acomodar seus associados na Arena, valor que caiu para R$ 12 milhões. Em 2014, o custo passará para R$ 15 milhões. Até o final dos 20 anos de parceria, ele será de R$ 18 milhões fixos.
Caberá à construtora o pagamento de R$ 1,5 milhão para a conclusão da primeira fase do Memorial do Grêmio, R$ 8 milhões para o CT, R$ 2,5 milhões para as instalações administrativas do clube na Arena. Também serão descontados dos créditos futuros que o Grêmio irá obter com a venda dos imóveis no Humaitá e na Azenha os R$ 10 milhões emprestados no início do ano.
Valores como os R$ 14,9 milhões gastos em despesas pré-operacionais, R$ 3,3 milhões usados no evento de inauguração e R$ 15,6 milhões, relativos aos encargos de financiamento serão descontados do Lucro Líquido Ajustado da Arena Porto-Alegrense.
O que incomoda parte do Conselho é o item que trata da divisão de eventuais prejuízos do negócio. Nesse caso, o desconto incidirá sobre o valor fixo de R$ 8,8 milhões a que o clube tem direito a cada ano.


A direção projeta um faturamento de pelo menos R$ 400 milhões ao final da parceria. Para a oposição, ao dividir os lucros do Quadro Social e sujeitar-se a bancar metade do prejuízo, o clube não irá lucrar nem metade disso.

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