Bastidores: dois anos após saída, Renato se emociona com retorno ao Grêmio Ídolo do clube foi o único nome cogitado pela direção após demissão de Luxemburgo

Foi com o mesmo gesto que marcou sua saída, há dois anos atrás, que Renato concluiu o acerto para retornar ao Grêmio. Ao ouvir o "sim" do presidente Fábio Koff via telefone, ficou com os olhos marejados, exatamente como naquela entrevista em 30 de junho de 2011 no Olímpico.

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A emoção foi intensa para o ídolo, que, em uma das mesas redondas da churrascaria Porcão, em Ipanema, no Rio, ficou reunido por quatro horas na tarde desta segunda com os dirigentes Rui Costa, Marcos Chitolina e o empresário Gerson Oldenburg, o Gauchinho.

— Considero o presidente como um pai, vou procurar aproveitar a experiência dele — define Renato.

Após a saída de Vanderlei Luxemburgo, decidida na noite de sexta-feira após um ato de insubordinação ao assessor Chitolina, Koff já tinha em mente quem seria o novo treinador. Quando a notícia da demissão foi a público, no final da manhã de sábado, o presidente tratou de evitar qualquer comentário sobre o nome do substituto.

Perguntado três vezes sobre o nome de Renato em entrevista coletiva, desviou em todas as respostas. Mas o retorno do ídolo era a única alternativa, mesmo que alguns assessores sugerissem o nome de Cristóvão Borges.

Na tarde e na noite de sábado, o presidente tratou de alinhavar com o departamento de futebol como seria a abordagem a Renato. No domingo, Rui Costa ligou para Oldenburg, que comunicou o interesse de Koff. A partir daí, o empresário se dispôs a organizar o encontro dos dirigentes com o treinador, que ficou definido para a churrascaria em Ipanema, a quatro quadras do apartamento onde o ídolo vive, ao meio-dia.

Rui Costa e Chitolina trataram de explicar o projeto do clube ao técnico, que gostou do que ouviu. O acerto, claro, ocorreu naturalmente. O treinador trará o auxiliar Victor Hugo Signorelli e o preparador físico Alexandre Mendes. Renato, inclusive, fez questão de não incluir uma multa rescisória no contrato, que irá até dezembro.

— Técnico que se garante, que confia no seu trabalho, não precisa disso — diz o empresário Gerson Oldenburg.

No local, almoçavam Thiago Silva, David Luiz e Fred, titulares na conquista da Seleção na Copa das Confederações, no domingo. Thiago, que foi jogador de confiança do treinador no Fluminense que chegou à final da Libertadores em 2008, tratou de desejar sorte ao antigo "professor".

Eles, que jogaram na Arena no amistoso contra a França, no começo de junho, se disseram impressionados com o novo estádio. Hoje, será a primeira vez de Renato em sua nova casa. A emoção intensa, mais uma vez, será inevitável.