domingo, 28 de julho de 2013

RELEMBRE COMO FOI A FINAL DA LIBERTADORES DE 1983 CONTRA O PEÑAROL No dia 28 de julho de 1983 o Tricolor conquistava a América

Na noite do dia 28 de julho de 1983, há exatos 30 anos, o Grêmio entrava em campo, no Olímpico lotado, para enfrentar o grande Peñarol, do Uruguai, atual campeão mundial na época e um dos clubes mais temidos no cenário sul-americano. Na primeira partida, em Montevideo, empate por 1 a 1. No jogo de volta, em Porto Alegre, uma vitória simples dava o título ao Tricolor.
Hoje é dia de recordar e celebrar os 30 anos deste feito que ficou marcado para sempre no coração de cada um de nós.
Confira abaixo, numa retrospectiva especial, como foi aquela grande final, o segundo jogo entre Grêmio x Peñarol, no dia 28 de julho de 1983.
Se preferir, no final, assista o video completo:

Os preparativos:
Seis dias se passaram desde o grande empate com o Peñarol, em Montevidéu.
Concentrados no próprio estádio Olímpico, os jogadores conviviam diariamente com a euforia dos torcedores. Foi assim durante toda a semana.
Esta foi a principal preocupação do técnico Valdir Espinosa.
A delegação do Peñarol desembarcou cedo em Porto Alegre. O grupo ficou concentrado no estádio Beira Rio. A chuva prejudicou os projetos dos uruguaios que tiveram que treinar no ginásio Gigantinho já que o gramado acabou não sendo liberado.
Por meio da imprensa, Renato e Olivera trocaram ofensas e o clima de animosidade estava armado para a partida final.
A torcida fez sua parte e acabou esgotando os ingressos. Fato bastante comemorado pela direção gremista que apresentou um lucro de aproximadamente 200 milhões de cruzeiros.
Como não poderia deixar de ser, o estádio Olímpico lotou muito cedo. No horário da partida, 21h30, ninguém mais saia e ninguém mais entrava.
Em uma parceria com a Zero Hora, o Grêmio colocou dois placares eletrônicos atrás das goleiras. Eles pediam o apoio do torcedor. Mas nem precisava.
O primeiro tempo:
O Grêmio entrou em campo com a mesma equipe que disputou o primeiro jogo, no Uruguai. Também com o mesmo uniforme: camisa tricolor, calções e meias brancas.
A grande presença de jornalistas dentro do gramado acabou atrasando o início da partida.
Quando o árbitro peruano, Edison Pérez, apitou o início o relógio apontava 21h50.
O jogo começou duro e violento, como todos esperavam. A catimba uruguaia prevalecia sobre a tentativa gremista de colocar a bola no chão.
Não demorou para o Tricolor dar o troco. Sem se deixar intimidar, o time de Espinosa mostrou que também sabia ser viril.
Com apenas 10 minutos de jogo, o Grêmio abriu o marcador: Renato cobrou escanteio da direita, no segundo pau. De León tentou de primeira, mas a bola acabou sendo rebatida para fora da área. Casemiro pegou o rebote e lançou Osvaldo entrando pela esquerda, atrás da zaga. O meia gremista chutou cruzado. A bola passou na frente do gol tomando o caminho da linha de fundo. Antes disso, Caio entrou de carrinho e empurrou para o fundo das redes. Grêmio 1 a 0!
Festa gremista no Olímpico!
O gol abalou a equipe uruguaia que continuou batendo.
O Grêmio, por sua vez, teve a oportunidade de ampliar aos 15 minutos: Paulo Roberto pegou uma sobra na entrada da área e soltou a bomba. O goleiro Fernandez fez grande defesa.
A partida seguiu disputada.
O campo embarrado devido á chuva da noite anterior dificultava as ações.
O Peñarol até detinha a posse de bola, mas não conseguia levar perigo.
O Grêmio teve mais uma chance aos 30: Tarciso entrou em diagonal, mas chutou fraco.
O Peñarol ainda tentou no final com Olivera, mas o chute do zagueiro uruguaio saiu por cima.
Foi o último lance dos primeiros 45 minutos.
O segundo tempo:
O time uruguaio voltou com mais atitude a passou a pressionar o Grêmio contra seu próprio campo. Renato tentava puxar os contra-ataques, mas não contava com a ajuda de Caio.
Saralegui e Salazar eram os donos da meia-cancha. Colocaram a bola no chão e trataram de jogar futebol. Bem diferente do que haviam decidido fazer na primeira etapa.
Apesar da superioridade dos visitantes, o Grêmio criou grande chance aos 11 minutos: Baidek pegou uma sobra na entrada da área e fez o passe para Osvaldo, entrando pela direita. Ele chutou forte, mas por sobre o gol.
Aos 15 minutos, Caio sentiu o tornozelo e pediu para deixar o gramado. César entrou no lugar dele.
Cinco minutos depois, o lance que deu origem ao gol de empate do Peñarol: Olivera sofreu falta dentro da meia-lua da grande área do Grêmio e deu início a uma grande confusão. O zagueiro uruguaio foi chutado por Osvaldo e retribuiu a agressão.
Na cobrança da falta, Morena acertou a barreira. A bola sobrou na direita para Venâncio Ramos. Ele foi derrubado por Tarciso, ao lado da área.
O mesmo Venâncio Ramos fez a cobrança no interior da área onde Morena apareceu para marcar de cabeça. Sem chance para Mazarópi.
O Peñarol era melhor e conseguiu o empate.
Festa dos milhares de torcedores uruguaios que lotaram boa parte das arquibancadas superiores do Olímpico.
O Grêmio sentiu o gol e o Peñarol cresceu na partida.
Logo após o gol de empate, o time uruguaio quase marcou outra vez: Mazarópi fez a defesa nos pés de Morena. No rebote, De León salvou sobre a linha evitando o segundo gol uruguaio.
A apreensão tomou conta do estádio Olímpico.
O título parecia escapar entre os dedos.
O empate levaria a decisão para um jogo extra em Buenos Aires, dia 02 de agosto.
Ninguém queria isto. Ninguém previa isto.
Com muita dificuldade para chegar ao ataque, o Grêmio buscava sempre a participação de Renato aberto pela direita. Aos 32 minutos, ao tentar um cruzamento para a área, ele conseguiu um arremesso lateral. Com pressa, cobrou para Tarciso que devolveu para Renato.
Cercado, no fundo de campo, pela direita, não tinha muita opção. A primeira alternativa foi levantar a bola e cruzar na área em busca de um milagre.
E o milagre se fez na figura de César.
O camisa 9, que recém havia entrado em campo, mergulhou de cabeça para marcar.
Um testaço fulminante que venceu o goleiro Fernandez, que ainda tocou na bola.
O gol foi um achado gremista. Veio na hora certa. Na hora em que o Grêmio mais precisava. Nunca, em toda a história do Tricolor, o gol foi tão bem-vindo.
A euforia tomou conta do torcedor.
Difícil aguentar tamanho sofrimento.
Os minutos que restaram foram um teste para o coração dos gremistas.
Dentro de campo, praticamente não existiu mais futebol.
Os jogadores gremistas chutavam para onde o nariz apontava.
Quando um jogador uruguaio pegava na bola, sempre aparecia um Tricolor para fazer a falta.
Assim o tempo foi passando.
Renato trocou socos com Venâncio Ramos e os dois acabaram expulsos.
O final:
Quando o peruano Édison Pérez apitou o final de jogo, a tensão deu lugar à alegria e à festa.
Uma festa jamais vista no estádio Olímpico, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Os torcedores tomaram as ruas da capital gaúcha.
Uma grande festa foi organizada na avenida Érico Veríssimo, em frente ao prédio da Zero Hora.
O sonho havia virado realidade.
O Grêmio havia se transformado no maior clube do Continente.
Restava agora pensar no Mundial, em Tóquio, no final do ano.
E foi isso o que aconteceu: após a festa, todas as atenções se voltaram para o Hamburgo, campeão europeu e adversário naquele que seria o maior jogo da história do Clube, em dezembro, no Japão.
Um momento que nenhum gremista jamais vai esquecer.

Ficha técnica:


GRÊMIO 2 x 1 PEÑAROL
28/07/1983
Copa Libertadores da América
Jogo 12
Estádio Olímpico
GRÊMIO:
Mazarópi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio (César) e Tarciso.
Técnico: Valdir Espinosa

PEÑAROL:
Fernandez; Montelongo, Olivera, Gutierrez e Diogo; Bossio, Salazar e Saralegui; Silva (Peirano), Morena e Ramos.
Técnico: Hugo Bagnulo
GOLS:
Caio (GRE – 10 do 1ºT)
Morena (PEN – 25 do 2ºT)
César (GRE – 32 do 2ºT)
ARBITRAGEM:
Édison Pérez (PER)
Enrique Labo e Carlos Montalvan (PER)
BANCO DE RESERVAS
Beto, Leandro José , Paulo César, César e Tonho.
Assista o jogo!

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