sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Eles também não esquecem: Ex-jogadores do Hamburgo falam sobre a derrota para o Grêmio no Mundial de 83


Em seu escritório, em Hamburgo, o ex-lateral-esquerdo Bernd Wehmeyer rememora, por telefone, a decepção da derrota para o Grêmio, na final do Mundial de Clubes, datada de 11 de dezembro de 1983:




— Ontem mesmo falei com Jakobs (zagueiro do Hamburgo na decisão) e com o Magath (meia). Eles têm o mesmo sentimento que eu. Ainda se mostram decepcionados com a derrota. Passados quase 30 anos, parece que ficamos cada vez mais desapontados, porque agora, como ex-jogadores, não temos mais a chance de disputar uma final como aquela.



Também em Hamburgo, o ex-meia Michael Schröder, que furou o bloqueio gremista e empatou a decisão em Tóquio, levando o jogo para a prorrogação, repete o tom de lamento:



— Foi uma grande chance. Fiz o gol quando faltavam sete minutos. Mas o Renato estava em um grande dia e fez dois gols. Às vezes, você ganha. Às vezes, perde.



Wehmeyer e Schröder não esquecem aquela partida, que vem à tona agora com o amistoso de inauguração da Arena, entre Grêmio e Hamburgo. Já o ex-goleiro Ulrich "Uli" Stein quase que prefere esquecê-la. Encontrado por ZH, via telefone, no aeroporto de Baku, a capital do Azerbaijão, Stein conta que se nega a rever o jogo. Nem precisa: como um fantasma, o camisa 7 gremista ainda ataca sua memória.



— Não me lembro exatamente dos gols. Faz tanto tempo... Mas me lembro perfeitamente daquele atacante que fez dois gols. Foi o Renato, não?



Wehmeyer, 60 anos, e Schröder, 53, trabalham no Hamburgo até hoje. São gerente e observador de jogadores, respectivamente. Stein, 58, é preparador de goleiros da seleção do Azerbaijão. Os três concordam: a vitória do Grêmio em 1983 foi merecida. Mas também choram ausências — jogadores que participaram da conquista da Liga dos Campeões da Europa, sobre a poderosa Juventus (que era a base da seleção italiana campeã da Copa de 1982 e tinha o meia francês Platini), e que não puderam viajar ao Japão. Os atacantes Horst Hrubesch e Lars Bastrup foram negociados. E destaques como Manfred Kaltz e Thomas von Heesen estavam contundidos.



— Não éramos mais o mesmo time de seis meses atrás. Lembro que Magath chegou para mim ao fim do jogo contra o Grêmio e disse: "É, não somos mais os mesmos..." — lembra Wehmeyer. — Chegamos um dia antes do jogo no Japão. Talvez a preparação não tenha sido como deveria ser. Tínhamos apenas dois jogadores no banco, um deles era goleiro. Tentamos o nosso melhor, mas, naquele momento, não tínhamos como ganhar.



Torcedor do Hamburgo desde criança, quando ia ao estádio com os pais, Schröder ressalta o futebol de Mário Sérgio e Renato. E conta que encontrou o herói gremista há pouco mais de quatro anos, no Rio:



— Conversamos por cinco minutos. Falamos um pouco sobre a final. Mas tinha vindo ao Brasil para observar um jogador do Fluminense (o meia Carlos Alberto). Em Tóquio, foi um grande dia para o Renato. Não foi bom para nós. Tivemos sorte de empatar.



Wehmeyer brinca sobre o sucesso do atacante gremista em Tóquio:



— Ele teve sorte. Eu jogava na esquerda, mas, naquele dia, tive que jogar na direita. Ele não teria feito os dois gols.



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