Passada a euforia da
goleada no Gre-Nal, é hora de analisarmos este jogo um pouco além dos
gols, ou seja, os motivos que fizeram o Grêmio massacrar o rival dentro
de campo. Mesmo que eles estivessem passando por uma crise, pela perda
de um técnico e por uma pressão da torcida, tal resultado atípico só
aconteceu porque o Grêmio conseguiu realizar em campo movimentações
importantíssimas, as quais envolveram o adversário. Brevemente, posso
dizer que estes foram os 5 pontos de maior superioridade tricolor:
1 – Marcação
Não é algo que
aconteceu somente neste jogo, o empenho em marcar forte durante a
partida toda tem sido um fator importante no time de Roger. Se
observarmos atentamente, veremos que há sempre 3 jogadores pressionando a
saída de bola colorada: Luan, Douglas e Pedro Rocha (ou Giuliano). Os
três revezaram-se na marcação, fazendo isso o jogo todo e, por causa da
pressão, o Grêmio acabou, diversas vezes, recuperando a posse da bola
antes que os adversários pudessem passar da linha do meio campo.
2 – Saída de bola
Se teve algo que o
Grêmio evoluiu muito, recentemente, foi na saída de bola. Há alguns
jogos atrás, principalmente contra Chapecoense e Criciúma – dois times
que marcaram forte -, os volantes e meias vinham errando muitos passes
quando sofriam uma marcação mais intensa. Mas o Grêmio melhorou nesse
quesito devido ao treinamento que Roger realizou para diminuir tantos
erros de passe. Além disso, há um rodízio de jogadores que se movimentam
constantemente ao redor de quem está com a bola: Luan, Douglas e
Giuliano buscam espaço para receber o passe, enquanto confundem a
marcação com as suas movimentações. Tanto é verdade que ontem não
existiu uma só ligação direta ao ataque.
3 - Marcelo Oliveira
Não quero atribuir a
vitória a um jogador, tampouco poderia, porque todos foram muito bem.
Entretanto, é necessário destacar a importância que este jogador tem no
sistema defensivo. Sasha, que jogou pela esquerda, simplesmente
inexistiu. Marcelo não só anulou ele, mas serviu de referência para o
posicionamento da zaga, de tal modo, que até Erazo se destacou por estar
muito seguro. Claro que vamos precisar de mais jogos para podermos nos
certificar disso, afinal o Inter pouco perigo ofereceu.
4 – Aproveitamento
Quem diria que
justamente no Gre-Nal o ataque ia deslanchar? E foi logo aproveitando 5
chances que o Grêmio deixou para trás a sina de criar muito e fazer
pouco. Perdemos jogos importantíssimos por não aproveitar as chances,
mas neste clássico o tricolor esteve confiante para marcar quantos gols
quisesse. Os gols foram a consequência natural do envolvimento dos meias
na criação. Que isso perdure nos próximos jogos.
5 – Fato novo
O fato novo que o
presidente colorado queria, aconteceu. Uma goleada histórica se deu pela
soma dos 4 detalhes anteriores com a crise aumentada por ele próprio,
no Inter. Ontem ficou nítida a nossa superioridade tática e estratégica
do Grêmio (como as que eu citei acima), mas CINCO GOLS de diferença num
clássico é atípico. Tal coisa só acontece quando toda essa superioridade
se soma ao desânimo dos jogadores. No Gre-Nal 407, o Inter não tinha
padrão tático, pelo contrário, jogou com um buraco no meio campo,
protagonizado por Anderson, que não marcou e também não correu, além de
Valdívia nem um pouco inspirado. Consequências da queda do treinador? Em
partes. O Inter ganhou a grande maioria dos jogos na Libertadores
através de qualidades individuais e não coletivas, isso significa que
ele não fazia tanto assim. Por outro lado, queda de Aguirre atingiu o
principal aliado deles: a confiança.
Todos esses pontos
acontecendo num mesmo jogo só poderiam resultar num massacre. O rival
não viu a cor da bola, enquanto o Grêmio, soberano, arrancou gritos de
“olé” aos 15 minutos do segundo tempo. Foi um domínio completo do jogo,
do início ao fim. E mesmo que a fase deles fosse ruim, a grande verdade
que ficou escancarada nesse clássico é que o nosso time é muito bem
treinado. Isso não apaga as deficiências que o time vinha tendo, nem
tudo que precisa superar para permanecer no G4.
Vai ser difícil vencer
os adversários diretos, como também será difícil manter o padrão de
jogo mostrado no Gre-Nal. Mas uma coisa é certa: precisamos acreditar no
trabalho de Roger, porque já começamos a colher os frutos de todo esse
empenho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário