terça-feira, 29 de maio de 2012

primeiro título do Grêmio na Copa do Brasil em 1989 Série no blog recorda as quatro conquistas tricolores na competição nacional

 os personagens de cada triunfo, relembre a primeira conquista em 1989 frente ao Sport Recife.




Era a primeira participação do Grêmio na Copa do Brasil. Aliás, a primeira edição do torneio também, que começou a ser disputado em 1989. O primeiro título tricolor na competição começou a ser construído frente ao desconhecido Ibiraçu, no Estádio Engenheiro Araripe, em Vitória, no Espírito Santo.



Um gol do lateral-direito Alfinete deu a vitória na estreia tricolor na estreia, que ocorreu longe de casa, a exemplo do que acontecerá na próxima quarta-feira, quando o Grêmio visitará o River Plate-SE. No jogo de volta, o Grêmio confirmou a classificação para a próxima fase com uma goleada por 6 a 0 no Estádio Olímpico, com gols do próprio Alfinete, além de Adilson Heleno, Cuca, Kita e Paulo Egídio (duas vezes).



O técnico do Grêmio na época era Cláudio Duarte, que relembra com carinho a campanha gremista naquele ano.



- Nós estávamos bem no começo. A primeira fase foi boa, ganhamos fora e classificamos em casa. Naquela época, os clubes grandes também enfrentavam os pequenos nas primeiras fases. Mas ainda não se dava o devido valor, até por ser a primeira edição do campeonato. A campanha foi boa e positiva, início de uma história de tradição na Copa do Brasil - conta o treinador.



Nas oitavas de final, o confronto foi contra o Mixto-MT. No primeiro jogo, no Estádio José Fragelli, em Cuiabá, uma goleada de 5 a 0, com gols de Nando (duas vezes), Cuca, Alfinete e Assis decretou a vitória tricolor. A volta nem aconteceu. O time do Mato Grosso não conseguiu viajar a Porto Alegre e o Grêmio foi declarado o vencedor pela ausência do adversário.



Nas quartas, o Grêmio enfrentou o Bahia. A primeira partida, no Estádio Fonte Nova, em Salvador, terminou com vantagem gremista, por 2 a 0: gols de Cuca e Kita. Na partida da volta, no Olímpico, uma vitória simples com um gol de Edinho colocou o time de Cláudio Duarte na semifinal da Copa do Brasil.



Nesta fase o time gaúcho enfrentou nada menos que o Flamengo de Telê Santana e de Zico. Em pleno Maracanã, o Grêmio segurou um empate em 2 a 2, com gols de Luís Eduardo e de Paulo Egídio, e levou a vantagem para o Olímpico. Na volta, uma goleada espetacular: 6 a 1, com gols de Almir, Assis, dois de Cuca e dois de Paulo Egídio, que classificou o Tricolor para a final contra o Sport Recife.



O técnico Cláudio Duarte relembra o clima tenso da primeira partida pela final, disputada no Estádio Ilha do Retiro, em Recife:



- O primeiro jogo lá foi um 0 a 0 com muita disputa. Qualquer um dos times poderia ter vencido. E esse empate lá permitiu uma certa vantagem para eles.



O resultado da ida poderia até ser considerado negativo. Mas a decisão seria no Olímpico. A força dos 60 mil gremistas que lotaram o estádio acabou empurrando o time para a sua primeira conquista na Copa do Brasil.



- Lembro como se fosse hoje, um jogo em um sábado à tarde, com o Olímpico completamente lotado. O Grêmio entrou em alta rotação no primeiro tempo. Uma atuação individual transformada em coletiva que resultou naquele 1 a 0 (gol de Assis). Poderíamos fazer até mais por conta da performance superior. Mas aí o Sport, aos 45 minutos, conseguiu empatar e esse resultado daria o título para eles - conta o técnico, que relembra o gol do título marcado por Cuca na segunda etapa:



- Foi um segundo tempo muito tenso, muito nervoso. O Sport sabia que o empate servia. Mas felizmente o nosso segundo gol saiu aos 35 minutos. A explosão da torcida foi marcante. Aquele gol do Cuca, pela forma como saiu, foi um prêmio para a atividade coletiva e o esforço individual daquele time.



A decisão no Olímpico é lembrada por detalhes por Cláudio Duarte. Da superstição de Cuca antes da partida final, até o seu próprio comportamento após o final da partida.



- Antes do jogo, existia uma expectativa sobre quem faria os gols da equipe. Afinal, era um jogo decisivo. Lembro que o Cuca tinha algumas superstições. Um cara muito religioso, ia para a missa todos os dias. E acabamos creditando muito a conquista a ele, por toda a dedicação e pela crença que poderia dar certo - conta o técnico, que complementa:



- Quando terminou o jogo, fiquei no meu canto quieto. Era uma conquista na primeira edição do torneio e ainda tínhamos direito a uma vaga na Libertadores. Eu desci direto para o vestiário. Nem vi a reação da torcida. Eu já tinha feito isso em outras competições. Prefiro sair de cena e deixar os jogadores em evidência.



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