domingo, 17 de julho de 2011

Meu Jogo Inesquecível: Fernanda Lima e a imortal Batalha dos Aflitos

Cercada de fotógrafos aonde vai, Fernanda Lima sabe qual a melhor pose para sair bem nas fotos. A experiência vem das passarelas, que acabou projetando a modelo para voos mais altos na televisão. Paralelamente à vida de atriz e apresentadora, a paixão futebolística a credenciou como embaixatriz do Grêmio. Além da responsabilidade de comandar o programa "Amor e Sexo", ela assumiu a missão de carregar a bandeira do Tricolor Gaúcho, seja em São Paulo ou no Rio de Janeiro, onde mora atualmente.




- Assim que saí de Porto Alegre, um dos meus irmãos me pediu para que eu representasse o Grêmio também fora do Sul. Virei gremista por livre e espontânea pressão (risos). Minha família é fanática. O importante é que eu aceitei numa boa porque adoro as cores do meu time. Acho essa camisa linda, embora eu não costume frequentar os estádios - afirmou a beldade, de 33 anos.



Contrastando com a tranquilidade do parque Jardim Botânico, no Rio, local da entrevista para o GLOBOESPORTE.COM, Fernanda Lima lembrou da Batalha dos Aflitos. A apresentadora escolheu a partida nada amistosa do Grêmio contra o Náutico, pela Série B de 2005, como a mais marcante na sua "carreira" de torcedora.




Confira a galeria de fotos da gremista Fernanda LIma



- Esse jogo foi emblemático para todos nós, tanto que virou documentário. Não me esqueço que estávamos com dez e ainda foi marcado um pênalti a favor do adversário. Tivemos mais três jogadores expulsos. Ficamos com sete. Mas o goleiro do Tricolor defendeu, e o Anderson, que hoje está na Inglaterra, ainda fez o gol que nos deu o título - recordou.



Além disso, ela acha que o título da Segundona, da forma que aconteceu, despertou a paixão então adormecida de alguns gremistas que estavam envergonhados com o rebaixamento.




- Para qualquer torcedor tricolor, esse duelo é marcante. Eu já morava no Rio e confesso que o amor pelo futebol estava um pouco de lado. Mas, depois desse título, voltei a usar a camisa do Grêmio com orgulho. Aquilo reacendeu a minha paixão.





Filhos da beldade se dividem entre Tricolor e Vasco

(Foto: André Durão/Globoesporte.com)Sob o comando de Mano Menezes, hoje técnico da Seleção Brasileira, o Grêmio enfrentou o Náutico, no Estádio dos Aflitos, no dia 26 de novembro de 2005, pela última rodada do quadrangular final da Série B. Como precisava vencer para ficar com uma das vagas à elite do futebol nacional, o Timbu pressionou do início ao fim do jogo, mas não conseguiu romper a marcação gaúcha. No primeiro tempo, os anfitriões tiveram um pênalti a favor, só que o lateral Bruno Carvalho chutou a bola na trave.



Aos 30 minutos da etapa final, o Tricolor passou a jogar com um a menos, após a expulsão do lateral Escalona. Quatro minutos depois, o árbitro Djalma Beltrami assinalou outra penalidade para os pernambucanos, alegando que o lateral Patrício teria tocado com a mão na bola dentro da área. De novo, o time da casa desperdiçou a oportunidade de abrir o placar. Sem falar que mais três atletas gremistas (Domingos, Nunes e Patrício) foram expulsos por terem reclamado da marcação.



Após a cobrança, o Grêmio recuperou a bola e partiu em contra-ataque, comandado pelo jovem Anderson. O garoto entrou na área adversária e marcou o gol da vitória, aos 61 minutos do segundo tempo. Com isso, o Tricolor Gaúcho e o Santa Cruz garantiram o retorno à elite nacional, enquanto o Náutico e a Portuguesa permaneceram na Segundona em 2006.




A partida entrou para a história do futebol mundial como um dos duelos mais dramáticos de todos os tempos. Virou filme, rendeu livro e é lembrada com orgulho pela apresentadora Fernanda Lima. A "Batalha dos Aflitos", como ficou conhecido esse confronto, consolidou a fama de "Imortal" do Grêmio, alcunha presente no hino composto por Lupicínio Rodrigues. Se não é o jogo mais importante do clube, certamente ganha de todos no quesito emoção.



Para Fernanda Lima, a infância e o futebol caminham de mãos dadas. Ambos são marcantes e motivo constante de saudosismo na sua vida.




- Lembro que viajava com a minha família nos fins de semana para a Serra Gaúcha ou ia à praia ao som dos jogos do Grêmio. Meu pai ligava o rádio bem alto e nós acompanhávamos a partida ao vivo. Em seguida, vinha a narração dos melhores lances e depois aquelas análises intermináveis dos comentaristas. Convivi com isso a minha vida inteira. Era um monte de voz berrando, não tinha como abaixar o volume - contou, às gargalhadas.



De acordo com a também jornalista, a rixa entre Grêmio e Inter é fundamental para a sobrevivência do futebol gaúcho.



- Não sei por qual razão a rivalidade lá é tão forte. Mas acho que é para manter o futebol do Rio Grande do Sul forte. Sem isso, Grêmio e Inter não seriam o que são. É importante que haja essa disputa acirrada entre ambos.



Por outro lado, Fernanda revelou que os filhos gêmeos, Francisco e João, se dividem na torcida por Grêmio e Vasco. Eles puxaram a mãe e o pai, o ator Rodrigo Hilbert, que apesar de nascido em Santa Catarina, adotou o Gigante da Colina como clube de coração.




- Os meninos preferem vestir a camisa do Grêmio, que é colorida e muito mais bonita. Só que eles gritam Vasco, porque foi assim que o pai deles ensinou.



náutico 0 x 1 grêmio Rodolpho, Bruno Carvalho (Miltinho), Tuca, Batata e Ademar; Cleisson, Tozo (Betinho), David (Romualdo) e Danilo; Kuki e Paulo Matos. Galatto, Patrício, Domingos, Pereira e Escalona; Nunes, Sandro Goiano, Marcelo Costa e Marcel (Anderson); Ricardinho (Lucas) e Lipatin (Marcelo Oliveira).

Técnico: Roberto Cavalo. Técnico: Mano Menezes.





Local: Estádio dos Aflitos, em Recife. Competição: Série B do Brasleiro.

Cartões amarelos: Bruno Carvalho, Tozo, Paulo Matos e Miltinho (Náutico); Pereira e Lipatin (Grêmio). Cartões vermelhos: Batata (Náutico); Escalona, Nunes, Patrício e Domingos (Grêmio)

Gol: Anderson, aos 61 minutos do segundo tempo

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