segunda-feira, 4 de junho de 2012

"Escolhi o Grêmio porque me apresentaram um projeto audacioso", diz Zé Roberto em apresentação oficial

Com atraso de mais de uma hora, o novo articulador do Grêmio foi apresentado oficialmente na tarde desta segunda-feira, na sala de imprensa do Estádio Olímpico. Em sua primeira aparição como jogador do clube gaúcho, Zé Roberto recebeu das mãos do presidente Paulo Odone a camisa tricolor de número 10.




Em seguida, deixou claro que optou pelo Grêmio por ter sido apresentado a um projeto ambicioso, que mira um grupo forte para conquistar títulos.



— Escolhi o Grêmio porque me apresentaram um projeto audacioso. Falei com o Luxemburgo, com o Emerson... Eles me falaram que o clube está com um projeto ambicioso. Isso me deu interesse para vir jogar pelo Grêmio. Tem um time competitivo — opinou o meia sobre o atual grupo.



Bem-humorado, antes de começar a falar, vestiu a camiseta tricolor e fez questão de tirar a camisa branca que tinha por baixo de uma jaqueta para mostrar que, fisicamente, está bem. Em seguida, brincou com os repórteres:



— Eu faço questão de tirar a camiseta porque ouvi dizer que teriam dito que eu estava velho ou forma de forma — brincou.



Apesar do anúncio do reforço ter sido feito há um mês pelo presidente Paulo Odone, o meia precisou viajar até a Alemanha para fazer a mudança definitiva para Porto Alegre. Empolgado para voltar a trabalhar com o técnico Vanderlei Luxemburgo, Zé Roberto acredita que não deverá ter dificuldades para se readaptar — entre indas e vindas, foram pelo menos 12 anos na Alemanha. Após duas temporadas no Catar, esta é a quarta passagem do jogador pelo futebol brasileiro.

Apresentação


"Boa noite, primeiramente, a todos aqui presentes. Para mim, esta tarde é motivo de muita alegria até porque, há alguns anos, eu venho ensaiando retornar ao Brasil e, hoje, retorno a um grande clube. Um clube que tem uma grande história. A expectativa é de fazer um grande trabalho, da mesma forma que sempre fiz em todos os clubes que joguei, desde a Portuguesa, onde iniciei com 19 anos, até o meu último clube, que foi o Al Gharafa, no Catar. Venho na expectativa de fazer uma grande temporada, de ajudar o Grêmio a voltar a conquistar títulos e eu não vejo a hora de começar a treinar e poder jogar".



Adaptação

"Acho que é complicado fixar um tempo necessário para a adaptação. Acredito que não deva ser muito até porque quando voltei, em 2007, para o Santos, estava há oito anos na Alemanha e foi tudo muito rápido. Espero que agora também seja rápido. Meu último jogo foi no dia 8 de maio. Só tive duas semanas de férias e já recomecei a treinar. A partir de amanhã, já começo a treinar aqui e espero jogar o mais rápido possível".



A opção pelo Grêmio

"A minha volta ao Brasil ocorreu por um projeto que me foi apresentado. Tinha outros projetos. Poderia continuar mais um ano no Catar. Clubes do Catar e da Alemanha também me abriram as portas. E outro clube da Ásia. Outros clubes do Brasil também me procuraram porque sabiam que eu estaria livre a partir de 19 de maio. Escolhi o Grêmio porque me apresentaram um projeto audacioso. Falei com o Luxemburgo, Emerson... Eles me falaram que o clube está com um projeto ambicioso. Isso me deu interesse de vir jogar pelo Grêmio. Tem um time competitivo. Tem um elenco que entra forte para o Brasileiro, já está na semifinal da Copa do Brasil e tem um sonho de conquistar vaga para a Libertadores. Dia 8 de dezembro, inaugura seu novo estádio. Onde joguei, procurei focar no projeto e não foi diferente no meu retorno, há quatro anos. Quando cheguei para jogar, deu muito certo pelo projeto. E acredito que aqui no Grêmio não vá ser diferente. Até porque há uma base e um treinador experiente. Venho para somar e tem tudo para dar certo".



Aposentadoria

"Ainda não tenho planos de encerrar minha carreira. Me falaram que eu estou que nem vinho: quanto mais velho, melhor. E isso pode ser verdade. Com 37 anos, me sinto muito bem e acho que posso jogar mais dois anos em alto nível, tranquilamente. Sou um atleta que no meu histórico nunca tive problema de lesão grave. Sempre me cuidei. Priorizo minha forma física e isso me ajuda a manter o rendimento a cada competição que jogo, e acredito que esse histórico fez com que eu viesse para um grande clube. Jogador que atinge a idade em que estou e assinar com um clube como o Grêmio e ter opções de escolher onde quer jogar é um privilégio. Quero aproveitar esta oportunidade e jogar até meus 40 e poucos".



O clube

"Conheço muito pouco dos jogadores. O único atleta com quem joguei foi o Gilberto Silva, na Seleção. Conheço o Kleber, por ser um grande atacante, por ter feito grandes temporadas nos clubes em que jogou. O Grêmio tem uma boa equipe. O ponto forte é o meio-campo e o ataque, que tem jogadores que tem feito grandes jogos. Do Catar, pude ver alguns jogos em que foi muito bem. Tive contato com o Marquinhos, jogador que na época em que foi jogar na Alemanha eu já estava lá. Ouvi dizer que o vestiário é muito bom. São jogadores que estão com perspectivas grandes de conquistas e de fazer um grande Campeonato Brasileiro. Isso, para mim, é muito bom. Minha expectativa é grande e boa para conquistar objetivos, que são os títulos".



Responsabilidade

"Sempre tive (responsabilidade), desde o início da carreira. Sempre fui muito cobrado e isso me ajudou a passar por cima das dificuldades que aparecem. Acredito que no Grêmio não vai ser diferente, até porque o Grêmio, hoje, é um clube que há mais de dez anos ou quase isso não conquista um título. E essa ambição é muito grande, conversando com treinador (Luxemburgo), com quem trabalhei na Seleção e no Santos, e novamente no Grêmio, ele me passou que o elenco está focado em conquistas. A cobrança é natural. O torcedor apaixonado, como os gremistas, esperam títulos. E precisamos dar alegria a eles. Precisamos treinar para jogar bem e conquistar títulos. Hoje, o Grêmio está formando um grupo para buscar esses títulos".



O Grêmio visto de fora

"Joguei diversas vezes contra o Grêmio, pela Portuguesa e pelo Santos. É um clube que tem essa referência de força. Sendo jogador, você sabe que vai ser um jogo difícil devido ao espírito de luta dos que vestem a camiseta do Grêmio... Os jogadores já entram com essa garra. Minha forma física, de empenho, em campo, aprimorei na Alemanha, até porque minha qualidade é mais voltada para a técnica, então pude aprimorar mais esta parte que eu tinha dificuldade. Hoje, com a experiência, vou somar tanto com a garra, com a força física e com a técnica que eu sempre tive. Acho que vou ajudar bastante e que não deva ter muita dificuldade porque no Sul se joga desta forma, como na Alemanha, onde também há muita força física e empenho. E isso eu adquiri alguns anos atrás. Só vou colocar em prática aqui".



O fator Luxemburgo

"O Luxemburgo foi um fator que pesou muito porque me lembro que em 2006, no Mundial, na Alemanha, onde estava terminando meu contrato com o Bayern de Munique, fui fazer um treinamento no São Paulo, e houve interesse do São Paulo. Aí o Vanderlei me ligou para eu ir para o Santos. Por já ter trabalhado com ele na Seleção, não pensei duas vezes. Tivemos sucesso, conquistamos títulos. Quando ele me falou para jogar no Grêmio, também. O resultado vai ser da mesma forma que na Seleção e no Santos".





FICHA TÉCNICA



Nome: José Roberto da Silva Júnior

Data de nascimento: 6 de julho de 1974, em São Paulo (SP)

Clubes:

Portuguesa (1994-1997)

Real Madrid-ESP (1997-1998)

Flamengo (1998)

Bayer Leverkusen-ALE (1998-2002)

Bayern Munique-ALE (2002-2006, 2007-2009)

Santos (2006-2007)

Hamburgo-ALE (2009-2011)

Al Gharafa-CAT (2011-2012)



Títulos:

Campeonato Espanhol em 1996/1997 (Real Madrid)

Supercopa da Espanha em 1996/1997 (Real Madrid)

Copa América 1997 e 1999 (Seleção Brasileira)

Copa das Confederações 1997 e 2005 (Seleção Brasileira)

Campeonato Alemão 2002/2003, 2004/2005, 2005/2006 e 2007/2008 (Bayern de Munique)

Campeonato Paulista 2007 (Santos)

Copa do Emir 2012 (Al Gharafa)

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