terça-feira, 12 de junho de 2012

chegou a hora da vinganca de 96 na bola sem violencia

A atual edição da Copa do Brasil é a grande chance para dois dos maiores técnicos brasileiros dos últimos 20 anos recuperarem a fase de conquistas. Vanderlei Luxemburgo, pelo Grêmio, e Luiz Felipe Scolari, pelo Palmeiras, começam nesta quarta-feira a decisão de uma vaga na final da competição nacional. Há 16 anos, o cenário era o mesmo, mas os técnicos estavam em lados diferentes. Na ocasião, melhor para Luxa, que classificou o Palmeiras em cima do Grêmio de Felipão




Em meio a tantos duelos incendiários, os jogos das semifinais foram os únicos em que a dupla se encontrou pela Copa do Brasil. “Donos” do país na década retrasada, Felipão e Luxa brigam hoje pela redenção depois de um período de baixa. Eles não admitem, mas sabem que já viveram dias melhores na profissão. Luxemburgo, por exemplo, faz questão de defender seu trabalho.



– Imagina se ganho todos os campeonatos que disputo. Seria o maior campeão de todos os tempos. O importante é pegar a história. Minha carreira é brilhante. Até os que não gostam têm de reconhecer: a carreira do cara é brilhante. É o que digo: jornalista, ao chegar aos 60 anos, vira sábio. Técnico, ultrapassado. Felipão deixou de ser bom técnico? Claro que não! Nem eu – disse o atual comandante do Grêmio, sem esconder seu rancor com as críticas

Há 16 anos, os técnicos dividiam a hegemonia do futebol brasileiro. O Grêmio de Felipão já era campeão da Copa do Brasil (1994) e da Libertadores (1995). O Palmeiras de Luxa era bicampeão brasileiro (1993 e 94) e campeão paulista com um supertime montado em 96. Os dois jogos foram equilibrados, mas a qualidade técnica alviverde superou a raça tricolor na soma geral.




O primeiro jogo foi vencido pelo Palmeiras: 3 a 1 no Palestra Itália, gols de Rivaldo, Djalminha e Muller  Paulo Nunes descontou para os visitantes. Apenas um jogador daquele Verdão está no clube hoje, mas em outra função. O ex-volante Galeano participou do duelo, e hoje é fiel escudeiro de Felipão na comissão técnica da equipe paulista.



A partida de volta foi no Olímpico, e tão equilibrada quanto a anterior. O lateral-direito Claudio abriu o placar para o Palmeiras e obrigou o Grêmio a tentar pelo menos três gols para levar a decisão aos pênaltis. O time de Felipão só conseguiu dois, com Jardel e Zé Alcino, e acabou eliminado. Na grande decisão, o Palmeiras perdeu o título para o Cruzeiro.





Felipão pelo Grêmio: muitos títulos, mas eliminação na Copa do Brasil de 96 (Foto: Gazeta Press)Agora, 16 anos depois, os papeis se inverteram. O palmeirense Felipão, com um time mais raçudo, pega um Grêmio mais técnico nas mãos de Vanderlei Luxemburgo. Ambos sofrem com a escassez de títulos nacionais nos últimos anos. O último de Luiz Felipe Scolari foi a Taça Libertadores de 1999, pelo próprio Verdão. O último de Luxa foi o Campeonato Brasileiro de 2004, pelo Santos.



O atual comandante do Grêmio ainda alega que sempre colocou seus times na Libertadores, mas a Copa do Brasil é, sim, a grande chance de uma taça de grande relevância. Depois dos dois confrontos, só um deles poderá continuar sonhando.









29/5/1996 - Palmeiras 3 x 1 Grêmio - Palestra Itália

Gols: Rivaldo, aos 35min, e Djalminha, aos 47 do primeiro tempo; Paulo Nunes, aos 9 e Müller, aos 34 do segundo tempo.

Palmeiras: Velloso, Cafu, Sandro, Cléber e Júnior (Cláudio); Amaral, Flávio Conceição (Galeano), Rivaldo e Djalminha; Müller e Luizão (Elivélton). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Grêmio: Danrlei, Arce, Rivarola, Luciano e Carlos Miguel; Dinho (Émerson), Luís Carlos Goiano, João Antônio e Aílton (Rodrigo); Paulo Nunes (Zé Alcino) e Jardel. Técnico: Luiz Felipe Scolari.



7/6/1996 - Grêmio 2 x 1 Palmeiras - Olímpico

Gols: Cláudio, aos 12min, Jardel, aos 16, e Zé Alcino, aos 33 do segundo tempo.

Grêmio: Danrlei, Arce, Rivarola, Luciano e Roger; Adílson, João Antônio, Aílton e Rodrigo (Zé Alcino); Paulo Nunes e Jardel. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Palmeiras: Velloso, Cafu, Sandro, Cláudio e Júnior; Galeano, Amaral, Rivaldo e Djalminha (Roque Júnior); Müller (Marquinhos) e Luizão (Elivélton). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

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