sexta-feira, 17 de maio de 2013

Futuro de Luxemburgo no Grêmio será decidido na próxima semana Zero Hora lista os motivos para a saída ou a manutenção do treinador no clube após eliminação na Libertadores

O futuro de Vanderlei Luxemburgo será decidido na próxima semana. A eliminação da Libertadores, com o gol de Medina aos 34 minutos do segundo tempo, no El Campín, fez com que o investimento de um ano inteiro feito no primeiro semestre fosse pulverizado no gramado de Bogotá. Com um investimento mensal na casa dos R$ 11 milhões, o clube projeta um enxugamento na folha, mas nada drástico temendo comprometer o desempenho da equipe nas competições do segundo semestre, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. A temporada do Grêmio, que sacrificou o Gauchão em nome da conquista da Libertadores, recomeça no dia 26, com a estreia no Brasileirão, diante do Náutico, no Estádio Alfredo Jaconi. Com ou sem Luxemburgo. A seguir, Zero Hora elenca motivos para a saída de Luxemburgo e para a sua manutenção no comando da equipe.
Porque ele deve ficar
1. Demissão cara
Por questões financeiras. O Grêmio investe R$ 1 milhão somente com a comissão técnica. Um substituto de grife não sairia menos do que isso. Mas, talvez a grande questão do momento para a manutenção do atual comando: custará caro para o Grêmio demitir o treinador. E dinheiro não há. Ao assinar o novo contrato, com Fábio Koff, e às vésperas da fase inicial da Libertadores, Luxemburgo exigiu que constasse uma cláusula rescisória contemplando o pagamento do valor integral dos dois anos de contrato, independentemente do período de uma possível saída. Assim, o treinador ainda tem 17 meses de contrato com o clube (até o final de 2014). Para rescindir com ele, o Grêmio precisaria desembolsar mais de R$ 11 milhões. Ou arriscar-se a enfrentar uma reclamatória trabalhista _ na qual o valor pode ser ainda mais elevado.
2. Os pontos corridosEm meio aos tropeços no Gauchão e na Libertadores, Luxemburgo (e a direção de futebol) argumentava que a equipe estava sendo montada no primeiro semestre e que atingiria o conjunto após o recesso para a Copa das Confederações. Com isso, ganhava tempo para o Brasileirão _ competição que já venceu cinco vezes. Das 10 edições do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, Luxemburgo é dono de duas: 2003 e 2004. O primeiro título com a "nova fórmula" foi conquistado na temporada perfeita do Cruzeiro, quando o clube venceu a tríplice coroa: Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão. O campeonato de 2004, com o Santos de Robinho, Diego, Elano e Ricardinho, marcou a última grande conquista do treinador. O Grêmio apostaria uma vez mais todas as suas fichas em Luxemburgo e no seu know-how de Brasileirão por pontos corridos. Confiaria na sua estratégia para o torneio.  

3. Falta de opçãoPorque faltam alternativas no mercado. O Grêmio tem um vestiário com jogadores caros e vividos. Precisa de um treinador rodado e com grife _ ou alguém que conheça profundamente o grupo. Durante o processo de renovação de Luxemburgo, em novembro de 2012, foram feitas sondagens a Mano Menezes. Técnico projetado pelo Grêmio, em 2005, o ex-treinador da Seleção Brasileira  mira o mercado do Exterior e não demonstra interesse em retomar agora a sua carreira no Brasil nesta temporada. Já havia recusado um convite do Flamengo. Renato Portaluppi é visto com um treinador ao estilo Luxemburgo, ainda que seja uma lenda do clube e que tenha ótima relação com o presidente Fábio Koff. Manter Luxemburgo significaria confiar na sequência do trabalho do treinador e em um dos tótens de Koff: que uma equipe é formada em um ano e os títulos relevantes surgem na temporada seguinte.  
Porque ele deve sair
1. Ambiente
Luxemburgo ganhou carta branca da direção. Todas as suas exigências sempre foram atendidas. Jogadores indicados a dedo foram contratados. E o retorno em campo não foi bom. Ao final da trôpega campanha na Libertadores, ficou evidenciado o desconforto que há entre Luxemburgo e Barcos, por exemplo _ anteriormente, o treinador já havia se indisposto com Marcelo Moreno, forçando a sua saída para o Flamengo. Minutos após a eliminação para o Santa Fe, Gabriel Barcos, irmão do atacante argentino, foi agressivo em posts no Twitter, chamado Luxemburgo de "covarde" e dizendo que o Grêmio era muito grande para o treinador. Houve indisposição também com Fernando _ que acabou se impondo na equipe e foi chamado para a Seleção Brasileira _ e Vargas demorou a acertar com o treinador.

2. Falta de resultados As renovadas esperanças da torcida, que projetava 2013 o ano para o tri da Libertadores, começaram a ser frustradas com o abandono do Gauchão. E com as derrotas em Gre-Nais. Sob a justificativa de poupar a equipe, o Grêmio foi eliminado pelo Inter na Taça Piratini. Mesmo com uma diferença de 13 dias entre os jogos contra Fluminense e Caracas-VEN, um time misto foi mandado para o clássico. Os tropeços para Huachipato-CHI e para Caracas foram minando o trabalho de Luxemburgo. O Grêmio jogava e não convencia. A eliminação na Taça Farroupilha para o Juventude lançou ainda maior desconfiança sobre o trabalho do técnico. Luxemburgo foi mal em todas as partidas decisivas que enfrentou, desde o ano passado, quando foi eliminado pelo Palmeiras na Copa do Brasil, o empate no último Gre-Nal do Olímpico, passando pela eliminação para o Millonarios-COL e encerrando este processo diante do Santa Fe, neste ano.
3. Pressão interna e externaA informação de que Luxemburgo não desembarcará com a delegação em Porto Alegre, na noite desta sexta,  provocou reações indignadas na torcida - que se manifestou nas redes sociais. Os torcedores queriam protestar contra o técnico. Grande parte da torcida não quer mais Luxemburgo no Grêmio. A pressão pela saída aumenta e, internamente, não há a menor convicção na sua manutenção. Fábio Koff quer conversar com o treinador na segunda-feira, quando ele deverá retomar a rotina no clube. Desde a madrugada de quinta-feira vem sendo aconselhado por parte da direção a trocar o comando. Começar o Brasileirão (em uma sequência contra Náutico, Atlético-MG, Santos, Vitória e São Paulo) com Luxemburgo na casamata significará um peso extra nas arquibancadas e, possivelmente, uma intolerância dos torcedores - o que costuma se refletir no quadro social. 

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