Antes que este seja um
texto precocemente julgado como corneteiro (ou alentador, só Deus sabe
como vão interpretá-lo), peço ao leitor que se dispa de qualquer
posicionamento político que venha a ter e, inclusive, esqueça por alguns
segundos sua passionalidade, permitindo aflorar a razão.
Agora, refletindo
sobre todas as ações do Grêmio desde o início das negociações de
jogadores e especulações de mercado, sempre esteve bem claro para nós
que o clube não entraria em leilão e tampouco faria loucuras: o Grêmio
deixou Zelarayán de lado quando o mesmo passou a ser disputado por
muitos clubes, e não ultrapassou seus limites quando Henrique empunhou
empecilhos e exigências no contrato. Enquanto isso, se preocupou muito
mais em garantir o elenco que deu certo, contratando de vez Maicon e
Geromel, dois importantíssimos nomes do time. Um raciocínio correto,
sim, afinal, manter o elenco era algo que não conseguíamos fazer há
muitos anos! Entretanto, o impasse disso tudo é que todos nós temos
consciência que se o propósito fosse entrar na Libertadores para
realmente disputar o título, precisaríamos de mais. Mais jogadores, mais
técnica, mais elenco e mais potencial. Isso não é desmerecer o grupo
atual, muito menos o Roger. Apenas que a queda brutal de rendimento nos
últimos meses da temporada passada deixou claro que só seguramos o G3 na
superação, pois faltou elenco.
Seguindo este
raciocínio, está muito óbvio qual é o principal objetivo do Grêmio no
ano: reestruturar o clube. A mesma história do ano passado e
provavelmente a mesma do ano que vem. Não vai chegar uma grande
contratação, nem alguém “de lotar aeroporto”, a não ser que o dinheiro
não saia do Grêmio para tanto. Tudo se encaminha para alguns poucos
reforços, que não empolgam torcida, mas que têm aval do Roger e que
chegam para agregar e focar no trabalho.
Tais atitudes
são corretíssimas e sensatas para um clube que precisa urgentemente se
reerguer. Mas completamente terríveis para uma torcida que precisa
urgentemente vencer. Se a difícil decisão de manter o
planejamento de reestruturação ao invés de contratar um baita elenco
culmina, de fato, na nossa queda na Libertadores? Eu não sei. Há uma
grande probabilidade. O que sei é que depois de Once Caldas e
Internacional, tudo é possível. Certamente, não trazer os jogadores
ideais para uma competição desse porte vai dificultar qualquer disputa
por taça: vamos ter que contar com a superação mais uma vez.
Agora, revestindo sua
passionalidade de torcedor, pergunto: tu vais suportar? Mesmo que lá no
íntimo nós saibamos a importância vital que a reestruturação tem para o
clube, nós jamais gostaríamos de ter que fazer essa escolha. Podemos até
chegar à final da Libertadores mesmo sem as contratações necessárias,
mas uma coisa é certa: vai ter muita emoção. Já vai te preparando.
Jéssica Cescon Antunes
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