A implantação dos pontos corridos no
Campeonato Brasileiro não foi positiva para o Grêmio. Desde o último
título nacional, conquistado em 1996, ainda no sistema de mata-mata, o
Tricolor Gaúcho viveu altos e baixos, em 2000 e 2002 chegou às
semifinais da competição, perdendo para São Caetano e Santos,
respectivamente, mas precisou cair para a Série B para retomar boa
sequência.
No primeiro ano do novo formato, em
2003, o time gaúcho ficou em 20º lugar (o campeonato tinha 24 times), se
salvando do rebaixamento apenas pois tinha mais vitórias que a Ponte
Preta. No ano seguinte, caiu para a segunda divisão, após ser o último
colocado do Brasileirão.
A queda da elite do futebol brasileiro
fez os torcedores se unirem e após a dramática subida à primeira
divisão, nos Aflitos, o time gremista "aprendeu", da pior forma, a
disputar competições de pontos corridos. Nos nove anos seguintes, em
cinco terminou no G-4 e em duas delas foi vice-campeão.
Em 2006, o ano de retorno à Série A, foi
terceiro. Dois segundos lugares, outro terceiro, um quarto, um sexto,
um sétimo, um oitavo e um 12º lugar são as colocações do Grêmio no ano
seguinte. Nesta temporada, está na terceira posição e tem duelo com o
líder Corinthians, nesta quarta-feira, às 22h. Mas o que fez o time
crescer?
Fator local - O apoio da torcida
Desde que retornou à primeira divisão, o
torcedor do Grêmio apoia seu time incondicionalmente. Nos últimos três
anos, contadas as 23 rodadas já disputas no Brasileirão 2015, foram
apenas seis derrotas em casa, de um total de 50 partidas disputadas. 33
vitórias e 11 empates dão ao Tricolor uma margem considerável de pontos
conquistados em frente ao seu torcedor a cada edição do campeonato.
Outro exemplo do "Imortal Torcedor" foi a Libertadores de 2007, em que o
time de Mano Menezes chegou à final do torneio continental com uma
equipe que não era certamente a segunda melhor do continente. Patrício,
Gavillán, Sandro Goiano e Tuta faziam parte daquela equipe, que em casa,
era imbatível.
Reformulação do time após a Série B
Desde 2006, três presidentes passaram
pelo comando do clube. Paulo Odone, Duda Kroeff e Fábio Koff, além do
atual mandatário Romildo Bolzan Jr. A reformulação pela qual o time
passou teve muitos erros, mas também acertos dos dirigentes, que não
repetiram os gastos do passado e tem investido com mais cautela.
Nos últimos anos principalmente, o clube
aposta nas categorias de base e tem gerado bons frutos. Douglas Costa é
um deles. Deixou o Grêmio em 2010. Além de Wendell, Alex Telles,
Fernando e Mário Fernandes, que também saíram. Luan, Pedro Rocha, Walace
são os nomes do momento.
Força do setor defensivo
Nos últimos nove anos, o Grêmio sofreu
303 gols, tendo a melhor defesa em média de todos os clubes do
Brasileirão, somadas todas as edições, de acordo com levantamento
recente do GloboEsporte.com. Em 2015, é o líder no quesito, são 18 gols sofridos, o mesmo número que o Corinthians.
Nos três anos anteriores, o setor
defensivo foi destaque. Em 2014, sofreu apenas 24 gols em 38 rodadas. No
ano anterior, sofreu 35 gols. tendo a segunda melhor defesa, atrás
apenas do Corinthians, que permitiu que a rede balançasse apenas 22
vezes. Em 2012, tomou 33 gols, o mesmo número que o campeão Fluminense.



