domingo, 15 de dezembro de 2013

Conselho do Grêmio exigirá explicações de ex-presidente sobre dinheiro às organizadas Reportagem de Zero Hora revelou que torcidas receberam R$ 1,1 milhão em dois anos


O Conselho Deliberativo do Grêmio deverá convocar o ex-presidente Paulo Odone para prestar explicações sobre o repasse de verbas às torcidas organizadas durante sua gestão.
A Associação Grêmio Unido, um dos movimentos políticos do clube, pretende apresentar nesta sexta-feira as 50 assinaturas necessárias para que uma assembleia extraordinária seja realizada.
Confira a reportagem:Em dois anos, Grêmio repassou R$ 1,1 milhão às torcidas organizadas ligadas ao clube
Depois da audiência, a intenção do Grêmio Unido é protocolar no Conselho de Ética do clube uma denúncia contra Odone e os dois líderes da Geral — Rodrigo Marques Rysdyk, o Alemão, e Bruno Pisoni Garcia, o Bruno Cabeludo, ambos conselheiros — que receberam dinheiro entre 2011 e 2012. A sanção mais drástica prevista no estatuto gremista é o afastamento dos denunciados dos quadros do clube.
Zero Hora revelou nesta quinta-feira que, na última passagem de Paulo Odone à frente do clube, R$ 1,1 milhão foram repassados para viagens de torcidas organizadas. Mais de 85% do montante foi para os cofres da Geral, dividida no ano passado em dois grupos que guerreavam pelo comando da torcida. Cristiano Roballo Brum, o Zóio, à época ocupando o posto de número 2 na hierarquia da Geral, assumiu à reportagem que se sustentava com o dinheiro. Alemão e Bruno Cabeludo, embora reconheçam ter assinado os recibos obtidos por ZH, negaram ter embolsado parte dos recursos.
— Houve um desrespeito com o caixa do Grêmio, e o conselho tem a obrigação de exigir uma satisfação dos envolvidos — afirma o presidente da Associação Grêmio Unido, Sergei Ignacio Assis da Costa, lembrando que o número de conselheiros do seu grupo já supera as 50 assinaturas exigidas para a convocação da assembleia extraordinária.
Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio, Milton Camargo garante que encaminhará as denúncias ao Conselho de Ética assim que chegarem à sua mesa. Odone argumenta que, em vez de contratar ônibus para as organizadas viajarem — e, desta forma, o Grêmio assumir a responsabilidade sobre eventuais incidentes nas excursões —, preferia entregar o dinheiro às torcidas.
Na quinta-feira, a Promotoria do Torcedor do Ministério Público Estadual anunciou que firmará um termo de ajustamento de conduta com o Grêmio, o Inter e a Federação Gaúcha de Futebol para coibir desproporções no repasse de verbas por meio de um cadastramento dos membros das organizadas.
— Nada justifica, por exemplo, que uma torcida receba do clube 500 ingressos se tiver apenas cem integrantes cadastrados — avalia o promotor José Francisco Seabra Mendes Júnior.

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