Ambiente, contexto, preparação, estratégia… tudo muda antes de um
clássico Gre-Nal. Nada que seja novidade para o técnico Roger, com longo
histórico de participações no duelo entre azuis e vermelhos do Rio
Grande do Sul. O comandante do Grêmio, porém, viverá pela primeira vez a
responsabilidade de ser o treinador efetivo de sua equipe na casamata,
depois de duas oportunidades como interino e outros 22 clássicos como
atleta.

Toda especificidade que o Gre-Nal carrega, Roger conhece. Foi criado
dentro do Olímpico. Seu primeiro Gre-Nal foi dia 12 de junho de 1994,
uma derrota dentro da casa rival por 1 a 0. São sete vitórias, oito
empates e sete derrotas
(confira na tabela abaixo). Um aproveitamento de 43,93% quando corria pela lateral esquerda do campo e se preocupava com os pontas rivais.
Se
o aproveitamento parece pequeno para o treinador, tudo muda para o
Brasileirão. Em sua carreira de jogador, o ex-lateral está invicto em
partidas pela competição nacional. Tem quatro vitórias e dois empates.
Um aproveitamento de 87,5% em Gre-Nais. Um respaldo importante para quem
faz sua "estreia" no domingo, às 18h30, na Arena.
Em campo,
se despediu em 2003. Foi o último duelo com os rivais que disputou. O
grande nome da partida foi outro ícone da história gremista: Danrlei,
que também estava de saída do clube. O goleiro fechou o gol como pode e
impediu que os colorados saíssem vitoriosos, apesar das diversas
chances. Em um ano conturbado, com quase rebaixamento, Roger conseguiu
manter a invencibilidade construída desde 1994.
Roger ainda
tem vitórias pelos Brasileiros de 2002 e 2001, ambas por 1 a 0, no
início da década. Dois triunfos que vieram depois de um longo período
sem duelar pela competição nacional - o que havia ocorrido em setembro
de 1996. Neste ano, o Grêmio conquistou o Brasileirão. O clássico ficou
marcado pelo gol e pela comemoração de Paulo Nunes. O atacante
aproveitou rebote dentro da área e fez um golaço de bicicleta. Na
sequência, saiu saltitando em uma perna, imitando o saci, símbolo do
rival. Outro ano glorioso gremista, 1995, também teve vitória na casa
colorada, em outubro, antes da viagem para o Japão e após o título da
América. A caminhada nos Brasileiros em campo iniciou em 1994 com um
empate em 1 a 1.
Como treinador, Roger também está invicto.
Substituiu Renato Gaúcho, em 2011, e Vanderlei Luxemburgo, em 2012, como
interino, em sua época de auxiliar na comissão gremista. O primeiro
jogo ocorreu em Rivera, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai,
no estádio Atílio Paiva, em 30 de janeiro. Tanto Grêmio quanto Inter
viajaram com equipes reservas. Com gols de Lins e Bruno Collaço - Guto
havia aberto o placar para os colorados -, Roger comandou a vitória
tricolor no banco.
Empate de DespedidaEm 2003, Roger disputou seu último clássico, um 0 a 0
PAULO NUNES SACIEm 1996, o Grêmio venceu no Beira-Rio, na campanha do título
No ComandoComo interino, Roger eliminou o Inter nas quartas do Gauchão
No
ano seguinte, foi o técnico na vitória gremista por 2 a 1 do dia 22 de
fevereiro, no Beira-Rio. O Grêmio demitira Caio Júnior e já havia
anunciado a contratação de Vanderlei Luxemburgo. Roger foi o comandante
na partida, que valia pelas quartas de final do primeiro turno do
Gauchão, e classificou o Tricolor. Luxa estreou com derrota e queda no
Estadual para o Caxias.
No próximo domingo, Roger terá a
chance de unificar as duas invencibilidades. Com as emoções de um
técnico efetivo, com motivação no vestiário, correções no intervalo e,
assim esperam os torcedores gremistas, comemoração efusiva ao final do
jogo, na Arena.
O Grêmio chega com três dúvidas para o
confronto com o rival. Marcelo Grohe, Giuliano e Marcelo Oliveira se
recuperam de lesão muscular. Os dois últimos já treinaram com bola nesta
semana, mas ainda não têm presença garantida no clássico. O goleiro
ainda não fez atividades normais para a posição. O Tricolor irá treinar
em dois turnos nesta quarta-feira.