Convocados para uma reunião no dia 11 de junho, os conselheiros do Grêmio irão apreciar uma alteração radical nos termos do contrato firmado entre Grêmio e OAS para a construção da Arena.
Conduzida diretamente pelo presidente Fábio Koff, a renegociação com a construtora - chamada de aditivo - altera todos os itens financeiros do documento assinado em dezembro de 2008. E projeta para o clube um faturamento não inferior a R$ 1 bilhão ao fim dos 20 anos de parceria.
Os termos que compõem o aditivo são amplamente favoráveis ao clube. Modificam aspectos que, de acordo com dirigentes, sufocavam tanto as finanças a ponto de ameaçar o atraso no pagamento dos salários.
A abertura de mais espaços para associados dentro da Arena é o dado mais festejado pelo Grêmio, por alavancar as finanças em valores substanciais. Nos termos atuais, é pouco atraente ser sócio do clube. O torcedor prefere optar pelo Passaporte Arena e pelo Passaporte Gold, produtos comercializado pela Arena Porto-Alegrense, gestora do estádio, que oferecem polpudos descontos em todos os setores do estádio.
– Não faz sentido a Arena concorrer com o Grêmio – diz um conselheiro.
Hoje, o Quadro Social proporciona uma arrecadação anual em torno de R$ 65 milhões. Com os novos espaços que serão criados para os associados, o valor poderá chegar a pelo menos R$ 100 milhões, cabendo 65%, ou R$ 65 milhões ao Grêmio, de acordo com as regras da parceria. Pelos termos atuais, o clube recebe sua parte na sociedade somente depois de serem deduzidas todas as despesas. É o chamado lucro líquido ajustado. Com a modificação, o cálculo incidirá sobre o lucro bruto. O Grêmio primeiro retirará sua parte e só depois repassará à parceira os 35% a que ela terá direito. Em 20 anos, os R$ 65 milhões correspondem a R$ 1,3 bilhão.
A redução em pelo menos 50% do valor gasto com a migração dos associados é o outro aspecto saudado pela direção. Hoje, são R$ 41 milhões por ano repassados a Arena Porto-Alegrense para acomodar 25 mil associados no quarto andar e outros oito mil em cadeiras Gold e Gramado da Arena. Com a alteração, esse valor cairá para R$ 21 milhões, em um contrato com duração de 20 anos. Pelo acordo atual, os valores da migração já seriam revistos em 2014.
A participação nos lucros gerados pelos empreendimentos imobiliários que serão erguidos no entorno da Arena, no bairro Humaitá, e da Azenha, a partir da implosão do Olímpico, também representarão um elevado faturamento que o contrato original não previa.
Representantes da OAS não se dizem prejudicados com as modificações. A empresa seguirá com os valores obtidos na bilheteria e ainda deixará de repassar ao Grêmio a cota anual de R$ 10 milhões. Além disso, os 35% que lhe cabem no contrato permitem honrar com sobras as parcelas do financiamento obtido junto ao BNDES (R$ 275 milhões no total) para erguer a Arena.
– Se for isso, é a redenção do clube. Modifica os dois pilares estruturais, que eram a distribuição dos lucros e a migração. É a reestruturação de um contrato que, originalmente, era suicida – observa o advogado Gladimir Chiele, o mesmo que, em 2009, já havia sugerido ao então presidente Duda Kroeff uma revisão contratual.
AS ALTERAÇÕES
Para o Grêmio:- Hoje, o Grêmio fatura cerca de R$ 65 milhões por ano com o Quadro Social. Com a alteração contratual, que abrirá espaço para novos sócios na Arena, poderá chegar a R$ 100 milhões ou mais.
- Como o percentual do Grêmio na parceria com a OAS é de 65%, serão R$ 65 milhões por ano, ou R$ 650 milhões ao longo de dez anos.
- O repasse anual à Arena Porto-Alegrense pela migração do associados cairá de R$ 41 milhões para R$ 21 milhões.
Para a Arena Porto-Alegrense:- A Arena Porto-Alegrense deixa de repassar ao Grêmio o valor anual estipulado em contrato de R$ 10 milhões.
- Segue detentora do valor arrecadado nas bilheterias.
- Seu percentual na parceria permite pagar com sobras o financiamento de R$ 275 milhões obtido junto ao BNDES para a construção da Arena.
- Usará a imagem do Grêmio para incrementar a venda dos imóveis no Humaitá e na Azenha.
O Grêmio foi anunciado pela 18ª vez consecutiva vencedor do prêmio Top Of Mind
da Revista Amanhã na categoria Time de Futebol. O anúncio ocorreu na manhã desta
segunda-feira, dia 13, na sede do Grêmio Naútico União em evento que reuniu
lideranças empresariais de uma série de segmentos da economia gaúcha e a
imprensa local.
O Clube foi citado espontaneamente por 55,1% dos entrevistados, ampliando
para mais de 15 pontos percentuais para o segundo colocado. A liderança do
tricolor foi assegurada por uma série de fatores, como a classificação do Grêmio
à Libertadores, o retorno do presidente Fábio Koff e a contratação de jogadores
renomados, de acordo com o diretor executivo de marketing do Clube, Beto
Carvalho. “Muitas coisas podem explicar essa liderança, mas acho que a principal
é mesmo a paixão do torcedor e os vínculos que ele tem com o clube”, declarou
Carvalho à Revista Amanhã.
O Top Of Mind, que completa sua 23ª edição neste ano, foi criado para premiar
e valorizas as empresas e marcas que se tornaram referência para o mercado e
para o público. Para apresentar os vencedores de 2013, a Revista realizou uma
pesquisa, em parceria com a empresa Segmento Pesquisas, a fim de verificar as
Marcas mais lembradas do Rio Grande do Sul em diversos segmentos como Grande
Empresa, Corporativo, Serviços, Produtos, Comunicação e Top Executivo.
Para
aferir os vencedores foi utilizada a metodologia quantitativa a partir de
respostas espontâneas do universo pesquisado, que contemplou o público do Rio
Grande do Sul de todas as classes sociais, tendo como base os parâmetros do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Ser Top of Mind representa um patrimônio valioso. Contar com o maior índice
de lembrança espontânea do consumidor é um dado muito representativo. Cabe aos
detentores de marcas vitoriosas formular estratégias para defender e reafirmar
essa liderança. A mente do consumidor é o grande palco de batalhas, porque,
normalmente, marca lembrada é marca consumida”, comentou o diretor de redação da
Revista, Eugênio Esber.
A edição de maio da publicação traz ainda uma reportagem na qual é ressaltada
a importância de os clubes investirem em seus departamentos de marketing a fim
de consolidarem a relação entre a instituição e o torcedor. “É preciso mais
gestão no marketing do futebol”, afirmou o diretor geral da revista, Jorge
Polydoro.